quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A linguagem em poucas palavras

Olá a todos!
Esperemos que esteja a ser um bom ano até agora, e que as entradas tenham sido bem alegres e festivas! Estivemos “fora” durante algum tempinho, mas estamos de volta com mais temas interessantes e noticias para partilhar convosco!


Neste post gostaríamos de aproveitar para falar de uma das capacidades que nos caracteriza enquanto seres humanos, e nos distingue dos restantes animais. Estou a falar da nossa capacidade de linguagem complexa (ou deveria dizer, linguagens) tendo em conta que é um fenómeno abrangente e com variadas formas de se demonstrar por todo o mundo! Só para termos noção, existem cerca de 6.700 línguas diferentes, espalhadas por todo o mundo, cada uma delas inerente a uma cultura (ou culturas) específica. No entanto existe muito mais para além da linguagem do que própria verbalização, ou escrita, e que não é necessariamente inerente a um povo ou cultura específica.
Bem, mas vamos começar do principio, antes de mais o que é uma linguagem? Quando falamos de linguagem, estamos a referir-nos a uma capacidade que todos nós seres humanos possuímos. Trata-se da capacidade de adquirir e utilizar símbolos (letras, palavras, sons), e desta forma partilhar significados, informações e conhecimentos.

É através desta capacidade de partilhar significados que surge o fenómeno da comunicação. Mas para isso temos de ter noção que é sempre necessário:
- um emissor;
- um meio de comunicação;
- uma mensagem;
- um receptor;


Caso falhe apenas um destes elementos, não há partilha da mensagem nem comunicação. Ora veremos: eu (o emissor) através da escrita deixo nesta página (o meio) um aglomerado de símbolos que são as letras, organizadas de acordo com um conjunto de normas e regras que constituem a língua portuguesa.
Neste momento, você está não só a ler a mensagem que aqui deixamos para si, como está a compreender o seu significado.
Se o “Ligações Neuronais” fosse Chinês, continuaria a existir uma mensagem e um meio, mas a mensagem não seria compreendida pelo seu destinatário, não existindo assim a comunicação. Por outro lado, também se não existisse um receptor, alguém que lesse a esta mensagem, também não haveria comunicação... o que era uma seca e deixar-nos-ia muito tristes…
Resumindo o que foi dito até agora, a comunicação não é nada mais do que a partilha de significados, o que é feito através de uma linguagem, um meio, e entre um emissor e um destinatário.


Mas está bom de teoria, vamos mas é falar de massa cinzenta! Em termos cerebrais, é assumido que em 99% das pessoas o hemisfério esquerdo do cérebro é a parte responsável pela linguagem. Neste contexto, e de forma resumida, destacam-se duas áreas principais:
            - Área de Broca: dedicada à expressão oral da linguagem oral;
            - Área de Wernicke: dedicada à compreensão da linguagem oral;
Podemos dizer que no nosso dia-a-dia, são as regiões mais importantes para o processamento da linguagem oral, compreensão e expressão… mas serão as coisas assim tão rígidas e lineares? Será que a nossa linguagem é apenas um conjunto de símbolos, organizados de forma lógica, quase científica? Isso seria muito aborrecido não seria?
Se apenas o hemisfério esquerdo participasse nos processos da linguagem, a nossa comunicação verbal seria muito limitada, monocórdica e sem piada. Pareceríamos autênticos “robôs”, programados para transmitir ou processar, sem nunca sentir ou compreender. Lembra-se daquele professor chato que falava sempre no mesmo tom, sendo impossível permanecer acordado na aula dele? Pois.. seria algo do género!
É por isso (e ainda bem) que existe a contribuição do hemisfério direito para o conteúdo emocional da linguagem falada, conferindo um conjunto de alterações no timbre, ritmo e volume do discurso, a que chamamos de prosódia. Estas diferenças conferem uma modulação emocional à nossa mensagem, ou por outras palavras, dão emoção ao nosso discurso. Mas se formos pensar que apenas comunicamos através de sons, continuaríamos a ser um pouco limitados no nosso raciocínio. ;)


A comunicação é a partilha de significados, certo? Pois bem, quando sorrio, não estou mostrar satisfação? É um significado que se partilha, uma compreensão que é comum tanto ao emissor como ao destinatário que observa o sorriso, e que ao retribui-lo de forma inconsciente, também feliz se sente. Estes são pequenos exemplos, e são simples comparados com as mais variadas comunicações que realizamos no nosso dia-a-dia, seja de forma intencional ou não. No entanto, e apesar de simples, permitem compreender de como é complexa e poderosa a nossa comunicação, um processo que nos envolve e engloba a nos todos a quase todo o momento.

Na verdade, até podemos dizer que a comunicação não é apenas uma capacidade. É uma inevitabilidade. É uma constante das nossas vidas, que nasce connosco e está presente ao longo das nossas vidas e de muitas formas. É a informação que nos chega a todo o momento através dos nossos órgãos dos sentidos, e que nós próprios fazemos chegar aos outros quer queiramos, ou por vezes não… através das nossas palavras, expressões faciais, tom de voz, postura, e até mesmo pela nossa maneira de vestir ou andar. Não fosse o Ser-Humano o verdadeiro Ser Social :)

Esperemos que tenham gostado! Aceitamos todas as sugestões e respondemos todas as dúvidas!
Um abraço!


domingo, 5 de janeiro de 2014

Ano Novo .... Ano do cérebro


Quero começar por desejar aos que nos seguem um Feliz Ano Novo.

Durante esta época festiva estivemos em pausa sem escrever nada aqui no nosso Blog, mas agora começamos em força para trazer-vos algumas noticias que vieram abrir os meios de comunicação nos primeiros dias do ano.

A noticia de que falo é a anúncio da comunidade cientifica que definiu o ano de 2014 como o ano do cérebro (e ainda bem). Bem, para todos os profissionais das neurociências esta é sempre uma boa noticia, isto porque agora podemos usar este pretexto para passar o máximo de informação sobre os assuntos que dizem respeito ao órgão que nos faz sonhar, rir, chorar, falar e todas as coisas que acabam em "ar".

A noticia fazia referência as diferenças entre os sexos "A diferença entre o Homem e a Mulher podem estar no cérebro", como já é do conhecimento geral os meios de comunicação social muitas vezes "metem os pés pelas mãos" ao tentar simplificar conceitos para a compreensão do público em geral. Simplificaram tanto que ficou estúpido... A pergunta inicial devia abordar questões como as patologias que mais afetam o cérebro e explicar como este ano deveria servir para elucidar todas as duvidas que o público em geral tem sobre as doenças neurodegenerativas. Decidiram ficar pela diferença entre sexos que não nos vai levar a lado nenhum a não ser a discórdias.


Em contexto cientifico todas as investigações atuais que estão a ser desenvolvidas no campo das neurociências só vêm mostrar como conseguimos e estamos preparados para fazer investigação que vale a pena. Temos de ter em conta que só em Aveiro e no Centro Champalimaud estão a ser desenvolvidas pesquisas sobre o efeito da música no desenvolvimento cerebral, o primeiro mapeamento cerebral em 3D, estudos sobre a origem do medo a nível cerebral, entre outras investigações que colocam Portugal como um emissor de conhecimento cientifico importante.


http://www.fchampalimaud.org/pt/newsroom/rui-costa-nature-communications-view/?p=2
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=58182&op=all


Este aspeto referido anteriormente é de extrema importância para o País, uma vez que mostra o que é feito a nível nacional em termos cientificos.

Por outro lado recebemos também noticias que não são as mais encorajadoras, não estou a falar da crise, que dessa conversa basta apenas viver o dia-a-dia para ficarmos com os ouvidos cheios, estou sim a falar de noticias como as seguintes. (ver links em baixo)

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/interior.aspx?content_id=3614325

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=3587570#.UqwmZYt4e


 O primeiro link (noticia sobre o Sr. Quintino Aires) mostra o que devemos evitar ser como profissionais, digo isto porque quem todos os que têm a capacidade de ir fazer comentários para os meios de comunicação social deviam usar este tempo para esclarecer duvidas sobre problemas psicológicos que podem afetar a sociedade, não ir falar de "curriquices" da casa dos segredos...
 http://www.youtube.com/watch?v=9Hkh_qe8WW4

Este Srº teve uma formação de topo esta é a pura das verdades, no entanto nunca teve a necessidade de se manter atualizado para assim poder falar dos vários temas que discute, como é o caso, por exemplo, da sua opinião "cientifica" sobre os videojogos que indica como sendo "veneno"... 
Posso ser culpado de ser literal mas então este Srº é culpado de ser muito descontraído com aquilo que diz.

Reforço a ideia de que devemos ter muito cuidado com os nossos discursos porque aquilo que se diz pode influenciar a vida de muitas pessoas principalmente quando estas ideias são transmitidas pela comunicação social.


Acabamos aqui mais uma publicação e quero desejar um 2014 muito feliz e que com esta nova entrada consigam realizar tudo a que se propuseram a fazer.


Abraços
JPL



segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Medo de ir ao Psicólogo

Bem vindos novamente ao nosso canto

Aqui, mais uma vez, vamos falar de problemas que encontramos ao lidar diariamente com a área da Psicologia. Esta leitura serve para todas as pessoas, sejam estas da profissão ou mesmo que nada tenham a ver com a profissão. 

Bem, digo isto por uma simples razão, todos nós podemos ir ou já fomos ao psicólogo, todos por diferentes razões mas cada uma com o seu significado específico. E já nos deparamos com a ânsia de ir a esta especialidade. Os que seguiram o Blog desde o início vão lembrar-se de um post que remete para o que é um Psicólogo (Post - Psi ... quê). http://ligacoesneuronais.blogspot.pt/2013/11/psique.html


Hoje não vou explicar qual é a função do Psicólogo, uma vez que isso já foi discutido aqui por nós, vou sim, tentar explicar a razão deste medo ou ansiedade subjacente ao ir ao psicólogo (pelo menos mostrar o meu ponto de vista). 

Quando era criança tinha medo de ir ao médico, porque as minhas idas ao mesmo eram sempre acompanhadas pelas famosas "picas do Sr.º Doutor", não sabia bem o porque de levar "picas" só sabia que odiava ter de ser furado por uma seringa e como algumas crianças chorava para ver se me safava. Isto veio a propósito do nervosismo que muitas pessoas apresentam da ida ao Psicólogo, qual será a razão por detrás de algo que parece ser inofensivo??


"Pois. inofensivo nunca é porque se existem problemas estes é bom que sejam resolvidos ... bem e se não forem? ... olha que não quero ter nada de especial ... e se for a doença do alemão (Alzheimer)? Ai que ainda fico chéché e depois não dou com nada"
                       
                   Pronto assim descobrimos uma das razões que levam as pessoas a ter medo dos Psicólogos, ou seja, é o medo de se entrar são da vida e sair de lá com uma coisa incurável ou impossível de suportar durante a vida.

Isto é uma realidade minha gente podemos estar muito bem de uma perna num dia e estar a ser operado à mesma perna no dia a seguir (Esta é para ti Bernardo). Da mesma forma podemos estar muito bem da nossa saúde mental numa dada altura e passar a ter alguma perturbação que possa condicionar o resto da nossa vida, mas isso é como todas as coisas da vida.

Outra razão pode estar associada ao medo de ir ao Psicólogo será .... o Psicólogo. Bem é verdade, o que lemos nos livros e o que somos no trabalho são duas coisas muito diferentes, podemos ser ótimos alunos mas terríveis profissionais, daqueles que inventam doenças novas ou daqueles que estão sem paciência para nos atender e dizem " à não sejas tolo que isso passa" ou coisas do género.


Todos nós gostamos de ser bem atendidos sendo no restaurante ou no médico, se na primeira vez que vamos ao Psicólogo este ou ignora um problema nosso ou nos trata mal é bem possível que nunca mais ponhamos lá os pés. E assim quando nos dizem se conhecemos algum Psicólogo a única coisa que nos vai passar pela cabeça é "UI QUE MEDO! Deixa lá isso que eles são umas bestas".

 A realidade atual é que muitos profissionais na área da saúde são autênticos irresponsáveis que estão a borrifar-se para aquilo que fazem,  acabam por jogar com a vida das pessoas como se nada de importante fosse. Dito isto também quero referir que nem todos são assim é preciso ter a noção de com quem estamos a lidar, assim aconselho a que tenham atenção a qualquer coisa como um abuso verbal ou emocional que sofram e que façam queixa, porque ninguém merece ser menosprezado durante uma situação de fragilidade.

Por fim tenho que referir que outra razão para se ter medo é devido ao desconhecimento do que é que faz um Psicólogo... mas isto está desvendado no post "Psi...quê" escrito pelo Tiago. http://ligacoesneuronais.blogspot.pt/2013/11/psique.html


Estas são as minhas opiniões sobre o assunto, quero saber que razões conhecem que levam as pessoas a evitar ou adiar a sua ida ao Psicólogo. Por isso comentem e partilhem entre amigos. AH e SUBSCREVAM, queremos levar isso ao máximo de pessoas possível por isso ajudem lá a dar um salto nisto, que agradecemos.

Pronto aqui ficamos e teremos mais para a semana.

Obrigado a todos e uma boa semana :)

João Pedro Lopes

sábado, 30 de novembro de 2013

Mais do que...


Olá!! =) 
Espero que estejam a gostar dos temas que temos trazido para aqui, e não se esqueçam que estão sempre à vontade para fazer pedidos e dar ideias... como o João diz só não damos é $$$ LOOL


Este post que aqui partilho convosco é como que um desabafo, uma reflexão acerca da prática em psicologia clínica. E nisto gostaria de partilhar uma frase que li num livro, e que me deu muito que pensar… 

Espero que gostem, que nós também gostaríamos muito de ouvir a vossa opinião!!



Ao explorar um capítulo de um livro que desenvolvia a temática da forma como são efectuados os pagamentos de consultas na prática clínica privada, deparei-me com uma expressão deveras intrigante e que dá pano para mangas em termos de reflexão. Remetia para o trabalho do psicólogo, como se interpretado como a de uma venda de o tempo da vida de uma pessoa para a escuta e validação das emoções de uma pessoa, o cliente.



“Prostituição emocional”

Era esta a expressão utilizada… E ui, muito me deu que pensar!

De facto, na prática privada em psicologia, o psicólogo presta um serviço especializado, pago pelo cliente consoante os procedimentos realizados, e o tempo despendido neste processo… e ai você diz “pois.. uma prostituta também!” Mas calma que já explico o meu descontentamento, pois acredito que esta expressão reflicta a percepção que é tida por muitas pessoas, em relação aos psicólogos (especificamente os da prática clínica).

Em geral, quase todos os pacientes que acompanhei ao longo do meu estágio vinham com uma ideia pré-estabelecida acerca do trabalho desenvolvido pelo psicólogo. O estereótipo, passemos a palavra, de que o psicólogo é alguém que está ali para escutar e dar apoio emocional. Até agora tudo bem, e concordo plenamente com esta parte… O que não concordo passa pela segunda assunção subjacente a este preconceito, e que se remete para a passividade com que é visto o trabalho do psicólogo clínico, que apenas serve para ouvir as pessoas, e que é a partir deste trabalho de escuta que se desenvolvem os ganhos terapêuticos.


Nenhum psicólogo deve ser visto como um prostituto emocional, vendendo o seu tempo e atenção em troca de dinheiro… Deve, sim, desempenhar um trabalho especializado, com uma metodologia própria e nunca passiva ou inerte. E TRABALHO implica ACTIVIDADE, DINAMISMO! 


Um par de ouvidos muito não consegue fazer... Não se faz a mudança pela escuta, mas é através do diálogo e pelo questionamento das crenças do outro, que o podemos levar à mudança, mas não só. Não importa o enquadramento teórico, psicodinâmico, cognitivo ou comportamental, sempre podemos ser guias, professores, encaminhando o paciente para o melhor caminho. Um caminho percorrido pelos que têm a coragem de dizer “SIM, EU QUERO, EU VOU FAZER”.


Concluindo, quero apenas re-afirmar que a terapia funciona, mas apenas quando Psicólogo e Cliente trabalham em conjunto. Nunca é um processo unilateral, nunca é passivo. Apenas através da aliança terapêutica e trabalho cooperativo existe mudança.


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Faz favor ter um pouco de Stress


 Bem vindo de novo

       A pedido de uma das nossas leitoras decidimos escrever sobre um tema muito conhecido por todos (Obrigado Dalila).

       Ficamos com a ideia que todos os dias são um STRESS... pois na realidade chegamos cansados a casa mesmo se aquilo que fizemos todo o dia foi ouvir um professor ou sentados numa secretária a fazer o nosso trabalho. Bem se percorrermos o nosso dia podemos ver que desde o momento em que acordamos estamos sempre a mexer... e fazemos isto e o patrão manda fazer aquilo, e depois o professor diz que temos mais um trabalho, e depois temos mais aquilo e ... UFA. Chegamos a casa exaustos mas sem bem perceber porquê.
      Obviamente que todos os trabalhos são diferentes, uns são mais cansativos que outros, mas todos exigem que saibamos nos mexer, ou seja, parado é que não se trabalha.

      Claro que quando estamos nessa lida da vida diária não pensamos em muita coisa apenas fazemos... mas quando surge um imprevisto à nossa rotina começamos a entrar em curto circuito. É a isto que chamamos de STRESS. Por exemplo o patrão ralha connosco por algum erro nosso ou por algo que nos esquecemos de fazer começamos a entrar em sobrecarga porque temos mais uma coisa para lidar e que foge à rotina do costume.







Ora isto vai levar a dois caminhos pelos quais já devem ter passado muitas vezes

           1º - Começamos a pensar naquilo que temos de endireitar... ainda estamos um pouco frustrados porque o patrão acabou de nos encher a cabeça... pensamos mais um pouco e acabamos por descobrir que o jantar vai ser lá para a 11 horas da noite... pensamos mais um pouco e vemos que aquela saída que tínhamos combinado está por água a baixo... e começamos a entrar em descarrilamento de tanto pensar, acabando por ir abaixo de uma forma ou de outra, alguns choram, outros gritam, outros desistem etc... Cada um reage à sua maneira.

          - Agora imaginem a  mesma situação em que começamos a pensar naquilo que temos de fazer a mais... e fazemos algumas mudanças aos nossos planos com muito sacrifício..... e agimos...

A segunda parte parece muito mais simples não é?
Pois, no entanto as duas exigem como força de motivação principal o STRESS, o que quero dizer com isto?

Bem, como já disse todos nós conheçemos e já sentimos na pele o que é estar "Stressado" com alguma coisa, mas na maioria das vezes só damos com esta sensação quando as coisas correm assim para o torto. Isto é quando o stress é tanto que acabamos por colapsar em nós mesmos seja a chorar a gritar ou a partir alguma coisa. Os cientistas chamam este fenómeno o DISTRESS (Origina do inglês e significa literalmente aflição).



Na segunda situação podemos pensar que ali não existe Stress, no entanto ele está lá, porque sem ele nunca conseguiríamos avançar para resolver o nosso problema.

      Agora atenção os níveis de stress é que estão num ponto que nos leva a ficar suficientemente preocupados sem ficarmos  AFLITOS (DISTRESS). Esta situação os investigadores designam de EUSTRESS (Vem da palavra grega "eu" significa bom), onde existe um nível de preocupação que nos obrigada a ser eficazes naquilo que estamos a fazer.

Bem então depois disto digam lá que o stress não é bom. É muitas vezes é em situações de perigo que este mecanismo vem nos salvar fazendo com que o nosso organismo reaja perante o problema em questão.
           
            Um aspecto que devemos ter em conta em relação ao stress, ou ansiedade, é que existe uma ligação muito forte entre ela e uma das nossas emoções mais básicas. 
            Ora vejamos então, quando andamos stressados, o nosso ritmo cardíaco anda acelerado, respiramos mais rápido, sentimo-nos ameaçados…  não eram essas mesmas sensações que os nossos antepassados experienciavam sempre que tinham de ir à caça, ou fugir de predadores que ameaçavam as suas vidas? 

            Pois bem, as ameaças mudaram e o risco de vida já não é tão eminente, mas isso não nos impede de sentir “ameaçados” no nosso dia-a-dia, quando as nossas expectativas não se concretizam, ou os desafios da vida trazem ao de cima as nossas inseguranças. Assim, podemos definir o stress como a sensação de ameaça, insegurança, tensão e medo, mesmo quando não existe ameaça directa à nossa vida.


Mais uma vez queremos agradecer a todos os que nos acompanham e façam como a Dalila que nos enviou um comentário e viu o seu pedido concretizado (só não damos é €€€) :)

 Cumprimentos a todos e até à próxima



João Lopes e Tiago Medeiros

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Psi...quê?

Olá! Seja bem-vindo de novo!

Antes de mais gostava mesmo muito de agradecer em meu nome e pelo João pelo apoio que temos recebido e pelo feedback positivo sobre este blog. Não recebemos nada em troca, mas são os gostos, partilhas e os comentários que recebemos que nos alimentam a auto-estima e nos motivam a continuar a desenvolver este nosso pequeno-grande projecto. Por isso e antes de mais, o nosso muito obrigado, fique connosco para mais um tópico interessantíssimo na área da Psicologia!


Hoje gostaria de falar um bocadinho sobre o trabalho desenvolvido pelos Psicólogos. Míticas criaturas, conhecidas pela sua enorme paciência, sabedoria, e uma capacidade extraordinária para encontrar soluções para problemas aonde muitas vezes (aparentemente) não existe saída ou solução possível, em situações difíceis como no âmbito da depressão e suicídio, dor ou doença crónica, entre muitas outras possíveis e imagináveis.

Mas antes de falarmos do trabalho do Psicólogo especificamente, acredito que primeiro temos que rebobinar um bocadinho a cassete e tentar perceber o que é esta coisa da Psicologia. Toda a gente fala ou já ouviu falar sobre ela de uma forma ou de outra, mas ainda existem muitas concepções erradas e mitos que é sempre bom desvendar e clarificar.

Durante séculos, a Psicologia debateu-se com dificuldades em afirmar-se enquanto uma ciência, devido ao seu (complexo e difícil de compreender) alvo de estudo: a Mente Humana. Pois bem, o que até fazia sentido... Se formos a ver, nas ciências empíricas como a matemática, física, química, enfim, existe sempre a necessidade de medir o que estamos a estudar, quantificar, analisar objectivamente… e ai se coloca a questão que durante séculos torturou muitas cabecinhas: «Mas como é possível “medir” a mente humana?»

Pois bem, não sabemos o que o futuro e a evolução da tecnologia nos reservam, mas até ao dia de hoje ainda não somos capazes de medir ou quantificar os nossos pensamentos… de colocar uma ideia, emoção ou sentimento num tubo de ensaio e analisar o seu conteúdo… de olhar a raiva e a tristeza através de um microscópio, e transformar essas emoções negativas em alegria e bem-estar como se de reagentes químicos se tratassem. Mas apesar das limitações que o nosso alvo de estudo nos impõe, isso não constitui impedimento ao Psicólogo comum.

O conteúdo da Mente Humana é inacessível por meios directos, mas o seu fruto... os comportamentos, estes são observáveis, e isso sim dá para “medir”! Houve quem se apercebeu disso, permitindo instituir a Psicologia enquanto a ciência que estuda o funcionamento mental, através do comportamento Humano. 


OK, mas chega de teoria e passemos então à prática! Então afinal o que é, e o que faz um Psicólogo?

Todos nós possuímos uma ideia acerca do que é um psicólogo. No entanto, e devido principalmente à imagem passada pelos meios de comunicação social, é normal que não exista um consenso global sobre a função que ele desempenha. Isso, aliado à multidiversidade de contextos, especialidades, e funções que podem ser desempenhadas por psicólogos não ajuda certamente à árdua tarefa de perceber afinal qual é a sua função… Mas não se preocupe, até eu fico confuso às vezes! Vamos lá tentar então.

A Psicologia insere-se em muitos contextos: comunitária, trabalho e organizações, clínica, neuropsicologia, educacional, gerontopsicologia… enfim! E devido a isso, faz todo o sentido que as pessoas muitas vezes não tenham uma noção muito certa sobre qual é o trabalho do Psicólogo (ora pois, nós somos tantos e fazemos de tudo!).


Na minha opinião, o objectivo do Psicólogo (independentemente da sua especialidade) é permitir ao cliente desenvolver as suas capacidades e aptidões, superar as suas dificuldades, e acima de tudo adaptar-se à adversidade, adquirindo assim um maior nível de bem-estar. De certa forma, é fornecer as “ferramentas” necessárias para ser melhor pessoa… É um amigo, um professor, treinador, mas acima de tudo um agente de mudança, quando ela é necessária e desejada.

E para acabar, quero apenas acrescentar uma coisinha muito rapidinha: Não é preciso estar doente para recorrer ao Psicólogo. Basta apenas pensar que todos nós temos problemas, e de vez em quando é preciso uma mãozinha para ajudar… É uma parte inevitável das nossas vidas, quer queiramos quer não.

E lembre-se, para um Psicólogo não existe um problema sem solução ou caminho sem saída.  Apenas é preciso procurar melhor às vezes. Seja feliz!

Abreijos!
Tiago Medeiros


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Deus Ex Machina

Olá e seja bem vindo!

 A "máquina" humana tem vindo a evoluir ao longo de milhões de anos, passando por provas de ferro e fogo onde a nossa audácia foi constantemente testada levando o nosso corpo a desenvolver capacidades de resistência e força internas fenomenais tudo isto com um fim único.... 
              
                       A sobrevivência da espécie

Bem esta sobrevivência e este caminhar na evolução trouxe coisas maravilhosas como todo o tipo de conquistas espantosas... A capacidade de ir ao espaço .... Obras de Arte e Arquitetura surrealistas... benefícios médicos imagináveis etc... No entanto esta evolução também apresenta um lado negro e mais real do que pensamos, com isto quero dizer que a nossa evolução como organismo levou-nos a desenvolver novas patologias que em gerações passadas não existiam. Estou a falar de doenças como o Cancro, Alzheimer, Parkinson, o vírus do VIH entre muitas outras.

 No campo da Saúde travam-se batalhas constantes para lidar com estas epidemias do nosso século, todos os que trabalham na área da saúde sabem como é lidar diariamente com o aumentar destes problemas de saúde pública. E para o bem da humanidade estamos a assistir cada vez a mais melhorias nestes campos com o desenvolvimento de novas tecnologias e técnicas que combatem ativamente o desenvolvimento destas patologias.

Podemos comentar que ainda não existem curas mas o caminho trilhado para lá chegar ainda demorará a ser concluído.

Estimulação Cerebral Profunda (ECP) é um dos exemplos de tratamentos que apresento aqui. Estas operações são realizadas para diminuir os sintomas motores da Doença de Parkinson, para tratar a Epilepsia ou para tratar alguns dos sintomas na Bipolaridade. 

Isto representa a conjugação de áreas como a engenharia e a medicina, onde o resultado é um mecanismo composto por uma bateria ligada a um elétrodo, que está colocado perto do núcleo sub-talamico, que por sua vez ao estimular este núcleo vai ser o  responsável pela diminuição dos "tremores" identificam a doença de Parkinson.
                                         
...Sim parece algo de outro mundo, contudo estas operações já são realizadas a nível nacional com a contribuição de equipas multidisciplinares.


Este mecanismo garante ao paciente uma melhoria enorme nos "tremores" impedindo as quedas constantes e a diminuição da medicação principal, que por sua vez diminui os sintomas secundários que também são bem visíveis. Aqui está um exemplo de sucesso.


Este é simplesmente o começo do próximo passo da nossa evolução, onde o ser humano começa a ser melhorado pela máquina. Este processo será muito beneficiado pela introdução de novos tratamentos onde a tecnologia representa um papel cada vez mais importante.

Contudo, com esta evolução não podemos negar que, com o passar do tempo, estas vantagens sejam utilizadas para fins duvidosos (como é o exemplo da cirurgia plástica) onde o ser humano passa a utilizar estas tecnologias para melhorar e realizar "upgrades" ao cérebro, ou para poder correr mais rápido, ou ver mais longe!

Imaginem que num futuro próximo em vez de tirarem fotos com a câmera fotográfica tiram-nas com a vossa retina, outra possibilidade seria talvez uma equipa de futebol que recebe as suas formações estratégicas diretamente de um chip aumentando assim a sua eficácia como equipa, ou então construir, com a ajuda de implantes cerebrais, o soldado perfeito... 
                     Pois... sei que já estamos a entrar um pouco na ficção científica, mas se pensarmos no que foi inventado e criado desde o início do século XX então não duvido que em dentro de mais um século estejamos a entrar nesta nova era.


Para finalizar, gostavamos mesmo de agradeçer a quem nos segue e perguntar a todos os interessados que temas gostariam de ver aqui debatidos, coloquem comentários e expressem a vossa opinião sobre estes temas, e sobre todos os que já foram debatidos. Ah e partilhem com todos os que possam vir a querer saber mais. ;)

Muito Obrigado e até para a semana










João Pedro Lopes
Estudante Neuropsicologia