sábado, 30 de novembro de 2013

Mais do que...


Olá!! =) 
Espero que estejam a gostar dos temas que temos trazido para aqui, e não se esqueçam que estão sempre à vontade para fazer pedidos e dar ideias... como o João diz só não damos é $$$ LOOL


Este post que aqui partilho convosco é como que um desabafo, uma reflexão acerca da prática em psicologia clínica. E nisto gostaria de partilhar uma frase que li num livro, e que me deu muito que pensar… 

Espero que gostem, que nós também gostaríamos muito de ouvir a vossa opinião!!



Ao explorar um capítulo de um livro que desenvolvia a temática da forma como são efectuados os pagamentos de consultas na prática clínica privada, deparei-me com uma expressão deveras intrigante e que dá pano para mangas em termos de reflexão. Remetia para o trabalho do psicólogo, como se interpretado como a de uma venda de o tempo da vida de uma pessoa para a escuta e validação das emoções de uma pessoa, o cliente.



“Prostituição emocional”

Era esta a expressão utilizada… E ui, muito me deu que pensar!

De facto, na prática privada em psicologia, o psicólogo presta um serviço especializado, pago pelo cliente consoante os procedimentos realizados, e o tempo despendido neste processo… e ai você diz “pois.. uma prostituta também!” Mas calma que já explico o meu descontentamento, pois acredito que esta expressão reflicta a percepção que é tida por muitas pessoas, em relação aos psicólogos (especificamente os da prática clínica).

Em geral, quase todos os pacientes que acompanhei ao longo do meu estágio vinham com uma ideia pré-estabelecida acerca do trabalho desenvolvido pelo psicólogo. O estereótipo, passemos a palavra, de que o psicólogo é alguém que está ali para escutar e dar apoio emocional. Até agora tudo bem, e concordo plenamente com esta parte… O que não concordo passa pela segunda assunção subjacente a este preconceito, e que se remete para a passividade com que é visto o trabalho do psicólogo clínico, que apenas serve para ouvir as pessoas, e que é a partir deste trabalho de escuta que se desenvolvem os ganhos terapêuticos.


Nenhum psicólogo deve ser visto como um prostituto emocional, vendendo o seu tempo e atenção em troca de dinheiro… Deve, sim, desempenhar um trabalho especializado, com uma metodologia própria e nunca passiva ou inerte. E TRABALHO implica ACTIVIDADE, DINAMISMO! 


Um par de ouvidos muito não consegue fazer... Não se faz a mudança pela escuta, mas é através do diálogo e pelo questionamento das crenças do outro, que o podemos levar à mudança, mas não só. Não importa o enquadramento teórico, psicodinâmico, cognitivo ou comportamental, sempre podemos ser guias, professores, encaminhando o paciente para o melhor caminho. Um caminho percorrido pelos que têm a coragem de dizer “SIM, EU QUERO, EU VOU FAZER”.


Concluindo, quero apenas re-afirmar que a terapia funciona, mas apenas quando Psicólogo e Cliente trabalham em conjunto. Nunca é um processo unilateral, nunca é passivo. Apenas através da aliança terapêutica e trabalho cooperativo existe mudança.


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Faz favor ter um pouco de Stress


 Bem vindo de novo

       A pedido de uma das nossas leitoras decidimos escrever sobre um tema muito conhecido por todos (Obrigado Dalila).

       Ficamos com a ideia que todos os dias são um STRESS... pois na realidade chegamos cansados a casa mesmo se aquilo que fizemos todo o dia foi ouvir um professor ou sentados numa secretária a fazer o nosso trabalho. Bem se percorrermos o nosso dia podemos ver que desde o momento em que acordamos estamos sempre a mexer... e fazemos isto e o patrão manda fazer aquilo, e depois o professor diz que temos mais um trabalho, e depois temos mais aquilo e ... UFA. Chegamos a casa exaustos mas sem bem perceber porquê.
      Obviamente que todos os trabalhos são diferentes, uns são mais cansativos que outros, mas todos exigem que saibamos nos mexer, ou seja, parado é que não se trabalha.

      Claro que quando estamos nessa lida da vida diária não pensamos em muita coisa apenas fazemos... mas quando surge um imprevisto à nossa rotina começamos a entrar em curto circuito. É a isto que chamamos de STRESS. Por exemplo o patrão ralha connosco por algum erro nosso ou por algo que nos esquecemos de fazer começamos a entrar em sobrecarga porque temos mais uma coisa para lidar e que foge à rotina do costume.







Ora isto vai levar a dois caminhos pelos quais já devem ter passado muitas vezes

           1º - Começamos a pensar naquilo que temos de endireitar... ainda estamos um pouco frustrados porque o patrão acabou de nos encher a cabeça... pensamos mais um pouco e acabamos por descobrir que o jantar vai ser lá para a 11 horas da noite... pensamos mais um pouco e vemos que aquela saída que tínhamos combinado está por água a baixo... e começamos a entrar em descarrilamento de tanto pensar, acabando por ir abaixo de uma forma ou de outra, alguns choram, outros gritam, outros desistem etc... Cada um reage à sua maneira.

          - Agora imaginem a  mesma situação em que começamos a pensar naquilo que temos de fazer a mais... e fazemos algumas mudanças aos nossos planos com muito sacrifício..... e agimos...

A segunda parte parece muito mais simples não é?
Pois, no entanto as duas exigem como força de motivação principal o STRESS, o que quero dizer com isto?

Bem, como já disse todos nós conheçemos e já sentimos na pele o que é estar "Stressado" com alguma coisa, mas na maioria das vezes só damos com esta sensação quando as coisas correm assim para o torto. Isto é quando o stress é tanto que acabamos por colapsar em nós mesmos seja a chorar a gritar ou a partir alguma coisa. Os cientistas chamam este fenómeno o DISTRESS (Origina do inglês e significa literalmente aflição).



Na segunda situação podemos pensar que ali não existe Stress, no entanto ele está lá, porque sem ele nunca conseguiríamos avançar para resolver o nosso problema.

      Agora atenção os níveis de stress é que estão num ponto que nos leva a ficar suficientemente preocupados sem ficarmos  AFLITOS (DISTRESS). Esta situação os investigadores designam de EUSTRESS (Vem da palavra grega "eu" significa bom), onde existe um nível de preocupação que nos obrigada a ser eficazes naquilo que estamos a fazer.

Bem então depois disto digam lá que o stress não é bom. É muitas vezes é em situações de perigo que este mecanismo vem nos salvar fazendo com que o nosso organismo reaja perante o problema em questão.
           
            Um aspecto que devemos ter em conta em relação ao stress, ou ansiedade, é que existe uma ligação muito forte entre ela e uma das nossas emoções mais básicas. 
            Ora vejamos então, quando andamos stressados, o nosso ritmo cardíaco anda acelerado, respiramos mais rápido, sentimo-nos ameaçados…  não eram essas mesmas sensações que os nossos antepassados experienciavam sempre que tinham de ir à caça, ou fugir de predadores que ameaçavam as suas vidas? 

            Pois bem, as ameaças mudaram e o risco de vida já não é tão eminente, mas isso não nos impede de sentir “ameaçados” no nosso dia-a-dia, quando as nossas expectativas não se concretizam, ou os desafios da vida trazem ao de cima as nossas inseguranças. Assim, podemos definir o stress como a sensação de ameaça, insegurança, tensão e medo, mesmo quando não existe ameaça directa à nossa vida.


Mais uma vez queremos agradecer a todos os que nos acompanham e façam como a Dalila que nos enviou um comentário e viu o seu pedido concretizado (só não damos é €€€) :)

 Cumprimentos a todos e até à próxima



João Lopes e Tiago Medeiros

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Psi...quê?

Olá! Seja bem-vindo de novo!

Antes de mais gostava mesmo muito de agradecer em meu nome e pelo João pelo apoio que temos recebido e pelo feedback positivo sobre este blog. Não recebemos nada em troca, mas são os gostos, partilhas e os comentários que recebemos que nos alimentam a auto-estima e nos motivam a continuar a desenvolver este nosso pequeno-grande projecto. Por isso e antes de mais, o nosso muito obrigado, fique connosco para mais um tópico interessantíssimo na área da Psicologia!


Hoje gostaria de falar um bocadinho sobre o trabalho desenvolvido pelos Psicólogos. Míticas criaturas, conhecidas pela sua enorme paciência, sabedoria, e uma capacidade extraordinária para encontrar soluções para problemas aonde muitas vezes (aparentemente) não existe saída ou solução possível, em situações difíceis como no âmbito da depressão e suicídio, dor ou doença crónica, entre muitas outras possíveis e imagináveis.

Mas antes de falarmos do trabalho do Psicólogo especificamente, acredito que primeiro temos que rebobinar um bocadinho a cassete e tentar perceber o que é esta coisa da Psicologia. Toda a gente fala ou já ouviu falar sobre ela de uma forma ou de outra, mas ainda existem muitas concepções erradas e mitos que é sempre bom desvendar e clarificar.

Durante séculos, a Psicologia debateu-se com dificuldades em afirmar-se enquanto uma ciência, devido ao seu (complexo e difícil de compreender) alvo de estudo: a Mente Humana. Pois bem, o que até fazia sentido... Se formos a ver, nas ciências empíricas como a matemática, física, química, enfim, existe sempre a necessidade de medir o que estamos a estudar, quantificar, analisar objectivamente… e ai se coloca a questão que durante séculos torturou muitas cabecinhas: «Mas como é possível “medir” a mente humana?»

Pois bem, não sabemos o que o futuro e a evolução da tecnologia nos reservam, mas até ao dia de hoje ainda não somos capazes de medir ou quantificar os nossos pensamentos… de colocar uma ideia, emoção ou sentimento num tubo de ensaio e analisar o seu conteúdo… de olhar a raiva e a tristeza através de um microscópio, e transformar essas emoções negativas em alegria e bem-estar como se de reagentes químicos se tratassem. Mas apesar das limitações que o nosso alvo de estudo nos impõe, isso não constitui impedimento ao Psicólogo comum.

O conteúdo da Mente Humana é inacessível por meios directos, mas o seu fruto... os comportamentos, estes são observáveis, e isso sim dá para “medir”! Houve quem se apercebeu disso, permitindo instituir a Psicologia enquanto a ciência que estuda o funcionamento mental, através do comportamento Humano. 


OK, mas chega de teoria e passemos então à prática! Então afinal o que é, e o que faz um Psicólogo?

Todos nós possuímos uma ideia acerca do que é um psicólogo. No entanto, e devido principalmente à imagem passada pelos meios de comunicação social, é normal que não exista um consenso global sobre a função que ele desempenha. Isso, aliado à multidiversidade de contextos, especialidades, e funções que podem ser desempenhadas por psicólogos não ajuda certamente à árdua tarefa de perceber afinal qual é a sua função… Mas não se preocupe, até eu fico confuso às vezes! Vamos lá tentar então.

A Psicologia insere-se em muitos contextos: comunitária, trabalho e organizações, clínica, neuropsicologia, educacional, gerontopsicologia… enfim! E devido a isso, faz todo o sentido que as pessoas muitas vezes não tenham uma noção muito certa sobre qual é o trabalho do Psicólogo (ora pois, nós somos tantos e fazemos de tudo!).


Na minha opinião, o objectivo do Psicólogo (independentemente da sua especialidade) é permitir ao cliente desenvolver as suas capacidades e aptidões, superar as suas dificuldades, e acima de tudo adaptar-se à adversidade, adquirindo assim um maior nível de bem-estar. De certa forma, é fornecer as “ferramentas” necessárias para ser melhor pessoa… É um amigo, um professor, treinador, mas acima de tudo um agente de mudança, quando ela é necessária e desejada.

E para acabar, quero apenas acrescentar uma coisinha muito rapidinha: Não é preciso estar doente para recorrer ao Psicólogo. Basta apenas pensar que todos nós temos problemas, e de vez em quando é preciso uma mãozinha para ajudar… É uma parte inevitável das nossas vidas, quer queiramos quer não.

E lembre-se, para um Psicólogo não existe um problema sem solução ou caminho sem saída.  Apenas é preciso procurar melhor às vezes. Seja feliz!

Abreijos!
Tiago Medeiros


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Deus Ex Machina

Olá e seja bem vindo!

 A "máquina" humana tem vindo a evoluir ao longo de milhões de anos, passando por provas de ferro e fogo onde a nossa audácia foi constantemente testada levando o nosso corpo a desenvolver capacidades de resistência e força internas fenomenais tudo isto com um fim único.... 
              
                       A sobrevivência da espécie

Bem esta sobrevivência e este caminhar na evolução trouxe coisas maravilhosas como todo o tipo de conquistas espantosas... A capacidade de ir ao espaço .... Obras de Arte e Arquitetura surrealistas... benefícios médicos imagináveis etc... No entanto esta evolução também apresenta um lado negro e mais real do que pensamos, com isto quero dizer que a nossa evolução como organismo levou-nos a desenvolver novas patologias que em gerações passadas não existiam. Estou a falar de doenças como o Cancro, Alzheimer, Parkinson, o vírus do VIH entre muitas outras.

 No campo da Saúde travam-se batalhas constantes para lidar com estas epidemias do nosso século, todos os que trabalham na área da saúde sabem como é lidar diariamente com o aumentar destes problemas de saúde pública. E para o bem da humanidade estamos a assistir cada vez a mais melhorias nestes campos com o desenvolvimento de novas tecnologias e técnicas que combatem ativamente o desenvolvimento destas patologias.

Podemos comentar que ainda não existem curas mas o caminho trilhado para lá chegar ainda demorará a ser concluído.

Estimulação Cerebral Profunda (ECP) é um dos exemplos de tratamentos que apresento aqui. Estas operações são realizadas para diminuir os sintomas motores da Doença de Parkinson, para tratar a Epilepsia ou para tratar alguns dos sintomas na Bipolaridade. 

Isto representa a conjugação de áreas como a engenharia e a medicina, onde o resultado é um mecanismo composto por uma bateria ligada a um elétrodo, que está colocado perto do núcleo sub-talamico, que por sua vez ao estimular este núcleo vai ser o  responsável pela diminuição dos "tremores" identificam a doença de Parkinson.
                                         
...Sim parece algo de outro mundo, contudo estas operações já são realizadas a nível nacional com a contribuição de equipas multidisciplinares.


Este mecanismo garante ao paciente uma melhoria enorme nos "tremores" impedindo as quedas constantes e a diminuição da medicação principal, que por sua vez diminui os sintomas secundários que também são bem visíveis. Aqui está um exemplo de sucesso.


Este é simplesmente o começo do próximo passo da nossa evolução, onde o ser humano começa a ser melhorado pela máquina. Este processo será muito beneficiado pela introdução de novos tratamentos onde a tecnologia representa um papel cada vez mais importante.

Contudo, com esta evolução não podemos negar que, com o passar do tempo, estas vantagens sejam utilizadas para fins duvidosos (como é o exemplo da cirurgia plástica) onde o ser humano passa a utilizar estas tecnologias para melhorar e realizar "upgrades" ao cérebro, ou para poder correr mais rápido, ou ver mais longe!

Imaginem que num futuro próximo em vez de tirarem fotos com a câmera fotográfica tiram-nas com a vossa retina, outra possibilidade seria talvez uma equipa de futebol que recebe as suas formações estratégicas diretamente de um chip aumentando assim a sua eficácia como equipa, ou então construir, com a ajuda de implantes cerebrais, o soldado perfeito... 
                     Pois... sei que já estamos a entrar um pouco na ficção científica, mas se pensarmos no que foi inventado e criado desde o início do século XX então não duvido que em dentro de mais um século estejamos a entrar nesta nova era.


Para finalizar, gostavamos mesmo de agradeçer a quem nos segue e perguntar a todos os interessados que temas gostariam de ver aqui debatidos, coloquem comentários e expressem a vossa opinião sobre estes temas, e sobre todos os que já foram debatidos. Ah e partilhem com todos os que possam vir a querer saber mais. ;)

Muito Obrigado e até para a semana










João Pedro Lopes
Estudante Neuropsicologia