quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A linguagem em poucas palavras

Olá a todos!
Esperemos que esteja a ser um bom ano até agora, e que as entradas tenham sido bem alegres e festivas! Estivemos “fora” durante algum tempinho, mas estamos de volta com mais temas interessantes e noticias para partilhar convosco!


Neste post gostaríamos de aproveitar para falar de uma das capacidades que nos caracteriza enquanto seres humanos, e nos distingue dos restantes animais. Estou a falar da nossa capacidade de linguagem complexa (ou deveria dizer, linguagens) tendo em conta que é um fenómeno abrangente e com variadas formas de se demonstrar por todo o mundo! Só para termos noção, existem cerca de 6.700 línguas diferentes, espalhadas por todo o mundo, cada uma delas inerente a uma cultura (ou culturas) específica. No entanto existe muito mais para além da linguagem do que própria verbalização, ou escrita, e que não é necessariamente inerente a um povo ou cultura específica.
Bem, mas vamos começar do principio, antes de mais o que é uma linguagem? Quando falamos de linguagem, estamos a referir-nos a uma capacidade que todos nós seres humanos possuímos. Trata-se da capacidade de adquirir e utilizar símbolos (letras, palavras, sons), e desta forma partilhar significados, informações e conhecimentos.

É através desta capacidade de partilhar significados que surge o fenómeno da comunicação. Mas para isso temos de ter noção que é sempre necessário:
- um emissor;
- um meio de comunicação;
- uma mensagem;
- um receptor;


Caso falhe apenas um destes elementos, não há partilha da mensagem nem comunicação. Ora veremos: eu (o emissor) através da escrita deixo nesta página (o meio) um aglomerado de símbolos que são as letras, organizadas de acordo com um conjunto de normas e regras que constituem a língua portuguesa.
Neste momento, você está não só a ler a mensagem que aqui deixamos para si, como está a compreender o seu significado.
Se o “Ligações Neuronais” fosse Chinês, continuaria a existir uma mensagem e um meio, mas a mensagem não seria compreendida pelo seu destinatário, não existindo assim a comunicação. Por outro lado, também se não existisse um receptor, alguém que lesse a esta mensagem, também não haveria comunicação... o que era uma seca e deixar-nos-ia muito tristes…
Resumindo o que foi dito até agora, a comunicação não é nada mais do que a partilha de significados, o que é feito através de uma linguagem, um meio, e entre um emissor e um destinatário.


Mas está bom de teoria, vamos mas é falar de massa cinzenta! Em termos cerebrais, é assumido que em 99% das pessoas o hemisfério esquerdo do cérebro é a parte responsável pela linguagem. Neste contexto, e de forma resumida, destacam-se duas áreas principais:
            - Área de Broca: dedicada à expressão oral da linguagem oral;
            - Área de Wernicke: dedicada à compreensão da linguagem oral;
Podemos dizer que no nosso dia-a-dia, são as regiões mais importantes para o processamento da linguagem oral, compreensão e expressão… mas serão as coisas assim tão rígidas e lineares? Será que a nossa linguagem é apenas um conjunto de símbolos, organizados de forma lógica, quase científica? Isso seria muito aborrecido não seria?
Se apenas o hemisfério esquerdo participasse nos processos da linguagem, a nossa comunicação verbal seria muito limitada, monocórdica e sem piada. Pareceríamos autênticos “robôs”, programados para transmitir ou processar, sem nunca sentir ou compreender. Lembra-se daquele professor chato que falava sempre no mesmo tom, sendo impossível permanecer acordado na aula dele? Pois.. seria algo do género!
É por isso (e ainda bem) que existe a contribuição do hemisfério direito para o conteúdo emocional da linguagem falada, conferindo um conjunto de alterações no timbre, ritmo e volume do discurso, a que chamamos de prosódia. Estas diferenças conferem uma modulação emocional à nossa mensagem, ou por outras palavras, dão emoção ao nosso discurso. Mas se formos pensar que apenas comunicamos através de sons, continuaríamos a ser um pouco limitados no nosso raciocínio. ;)


A comunicação é a partilha de significados, certo? Pois bem, quando sorrio, não estou mostrar satisfação? É um significado que se partilha, uma compreensão que é comum tanto ao emissor como ao destinatário que observa o sorriso, e que ao retribui-lo de forma inconsciente, também feliz se sente. Estes são pequenos exemplos, e são simples comparados com as mais variadas comunicações que realizamos no nosso dia-a-dia, seja de forma intencional ou não. No entanto, e apesar de simples, permitem compreender de como é complexa e poderosa a nossa comunicação, um processo que nos envolve e engloba a nos todos a quase todo o momento.

Na verdade, até podemos dizer que a comunicação não é apenas uma capacidade. É uma inevitabilidade. É uma constante das nossas vidas, que nasce connosco e está presente ao longo das nossas vidas e de muitas formas. É a informação que nos chega a todo o momento através dos nossos órgãos dos sentidos, e que nós próprios fazemos chegar aos outros quer queiramos, ou por vezes não… através das nossas palavras, expressões faciais, tom de voz, postura, e até mesmo pela nossa maneira de vestir ou andar. Não fosse o Ser-Humano o verdadeiro Ser Social :)

Esperemos que tenham gostado! Aceitamos todas as sugestões e respondemos todas as dúvidas!
Um abraço!


domingo, 5 de janeiro de 2014

Ano Novo .... Ano do cérebro


Quero começar por desejar aos que nos seguem um Feliz Ano Novo.

Durante esta época festiva estivemos em pausa sem escrever nada aqui no nosso Blog, mas agora começamos em força para trazer-vos algumas noticias que vieram abrir os meios de comunicação nos primeiros dias do ano.

A noticia de que falo é a anúncio da comunidade cientifica que definiu o ano de 2014 como o ano do cérebro (e ainda bem). Bem, para todos os profissionais das neurociências esta é sempre uma boa noticia, isto porque agora podemos usar este pretexto para passar o máximo de informação sobre os assuntos que dizem respeito ao órgão que nos faz sonhar, rir, chorar, falar e todas as coisas que acabam em "ar".

A noticia fazia referência as diferenças entre os sexos "A diferença entre o Homem e a Mulher podem estar no cérebro", como já é do conhecimento geral os meios de comunicação social muitas vezes "metem os pés pelas mãos" ao tentar simplificar conceitos para a compreensão do público em geral. Simplificaram tanto que ficou estúpido... A pergunta inicial devia abordar questões como as patologias que mais afetam o cérebro e explicar como este ano deveria servir para elucidar todas as duvidas que o público em geral tem sobre as doenças neurodegenerativas. Decidiram ficar pela diferença entre sexos que não nos vai levar a lado nenhum a não ser a discórdias.


Em contexto cientifico todas as investigações atuais que estão a ser desenvolvidas no campo das neurociências só vêm mostrar como conseguimos e estamos preparados para fazer investigação que vale a pena. Temos de ter em conta que só em Aveiro e no Centro Champalimaud estão a ser desenvolvidas pesquisas sobre o efeito da música no desenvolvimento cerebral, o primeiro mapeamento cerebral em 3D, estudos sobre a origem do medo a nível cerebral, entre outras investigações que colocam Portugal como um emissor de conhecimento cientifico importante.


http://www.fchampalimaud.org/pt/newsroom/rui-costa-nature-communications-view/?p=2
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=58182&op=all


Este aspeto referido anteriormente é de extrema importância para o País, uma vez que mostra o que é feito a nível nacional em termos cientificos.

Por outro lado recebemos também noticias que não são as mais encorajadoras, não estou a falar da crise, que dessa conversa basta apenas viver o dia-a-dia para ficarmos com os ouvidos cheios, estou sim a falar de noticias como as seguintes. (ver links em baixo)

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/interior.aspx?content_id=3614325

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=3587570#.UqwmZYt4e


 O primeiro link (noticia sobre o Sr. Quintino Aires) mostra o que devemos evitar ser como profissionais, digo isto porque quem todos os que têm a capacidade de ir fazer comentários para os meios de comunicação social deviam usar este tempo para esclarecer duvidas sobre problemas psicológicos que podem afetar a sociedade, não ir falar de "curriquices" da casa dos segredos...
 http://www.youtube.com/watch?v=9Hkh_qe8WW4

Este Srº teve uma formação de topo esta é a pura das verdades, no entanto nunca teve a necessidade de se manter atualizado para assim poder falar dos vários temas que discute, como é o caso, por exemplo, da sua opinião "cientifica" sobre os videojogos que indica como sendo "veneno"... 
Posso ser culpado de ser literal mas então este Srº é culpado de ser muito descontraído com aquilo que diz.

Reforço a ideia de que devemos ter muito cuidado com os nossos discursos porque aquilo que se diz pode influenciar a vida de muitas pessoas principalmente quando estas ideias são transmitidas pela comunicação social.


Acabamos aqui mais uma publicação e quero desejar um 2014 muito feliz e que com esta nova entrada consigam realizar tudo a que se propuseram a fazer.


Abraços
JPL